Seminário internacional discute novas oportunidades de negócios para fomentar a economia rural sustentável no Brasil

By IPC-IG

                       

 

Brasília, 13 de maio de 2019 - Especialistas internacionais, representantes do governo brasileiro e do setor privado se reuniram para explorar novas oportunidades de negócios sustentáveis ​​para o setor rural brasileiro, bem como identificar desafios e estratégias para desenvolvê-las,  no “Seminário Internacional Oportunidades de Negócios para uma Economia Rural Sustentável:a contribuição das florestas e da agricultura", nos dias 14 e 15 de maio, no Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília. O evento foi organizado pelo Ipea, pelo Environmental Defense Fund (EDF) e pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG).

As ameaças urgentes de mudança do clima, perda de biodiversidade e degradação ambiental, combinadas com as crescentes demandas globais por alimentos, combustíveis e fibras, criam grandes oportunidades e desafios econômicos para o setor rural. O Brasil, como um dos principais produtores agrícolas do mundo e administrador da maior floresta tropical, já reduziu suas emissões de carbono mais do que qualquer outro país, por meio de políticas para reduzir o desmatamento na Amazônia.

No contexto do Acordo de Paris sobre as mudanças do clima e das crescentes preocupações públicas e privadas com relação à sustentabilidade ambiental, renomados especialistas discutiram  três principais oportunidades relacionadas ao desenvolvimento de uma economia rural sustentável, durante o seminário:

1) Investimentos multilaterais já estão sendo canalizados para o Brasil e outros países como compensação pela mitigação das mudanças do clima  por meio de reduções no desmatamento. O seminário buscou debater a melhor maneira de aumentar os investimentos em outras medidas de conservação florestal.

2) As principais empresas e governos internacionais estão cada vez mais comprometidos com a eliminação do desmatamento em suas cadeias de fornecimento e com o suprimento de commodities agrícolas, produtos de madeira e biocombustíveis de áreas que atendam a esses requisitos. O seminário abordou como o país poderia se posicionar como uma região de abastecimento sustentável e preferencial.

3) À medida que os sistemas de comércio de emissões (emission trading systems - ETS) amadurecem, como ocorre na Europa, Califórnia, China, e no setor de aviação internacional e que a cooperação internacional em mudança do clima se expande sob o Acordo de Paris, o seminário busca refletir se o Brasil pode - e  como- potencialmente se engajar nesses sistemas. Os desafios incluem ainda o aprimoramento das políticas de comando e controle e a criação de incentivos, instituições e legislações econômicas apropriadas.

O primeiro dia do Seminário concentrou-se em discutir as oportunidades de negócios potenciais que o Brasil pode desenvolver a partir dos mercados emergentes de carbono - e suas limitações-, de cadeias de fornecimento sustentáveis ​​e de novos investimentos multilaterais vinculados a resultados ambientais. Veja abaixo  os painéis e as apresentacões:

Painel 1 -  Como deveria ser a economia rural do futuro?

Painel 2 - Como o Brasil pode se beneficiar dos mercados de clima emergentes? O papel dos ativos florestais e de carbono

Painel 3 - "Como o Brasil e as empresas podem construir cadeias produtivas sustentáveis de larga escala e mutuamente benéficas?"

Painel 4 - "Como o Brasil pode ampliar as oportunidades existentes de investimentos multilaterais?"

  • Apresentação 1 - "O Fundo Amazônia", por Daniela Baccas, Chefe do Departamento de Meio Ambiente e de Gestão do Fundo Amazônia, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
  • Apresentação 2 - "KfW - REM (Redd Early Movers)" (em inglês), por Miguel Lanna, Gerente de Projetos do Grupo Bancário Kfw;
  • Apresentação 3 - "O Programa de Investimento Florestal (FIP)", por Jaine Ariély Cubas Davet, Diretora de Cadastro e Fomento Florestal, do Serviçoi Florestal Brasileiro, do MAPA.
     

No segundo dia, os especialistas  exploraram como o país pode aproveitar essas novas oportunidades de negócios utilizando e melhorando  políticas públicas existentes. Os painéis debateram no Código Florestal brasileiro e nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), sob o Acordo de Paris. Os especialistas também investigaram como o crédito rural pode fomentar a produção agrícola, a proteção ambiental e o feedback biofísico da proteção florestal na agricultura.

Painel 5 "Que oportunidades o Código Florestal oferece?"

Painel 6 – "Quais são as oportunidades oriundas das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs)?"

 

Painel 7 – "Quais são os mecanismos de financiamento existentes no Brasil?"

  • Apresentação 1 - "Crédito e seguro rural" (em inglês), por Priscila Souza, Analista Sênior da Climate Policy Inititative Brasil;
  • Apresentação 2 - "Programa ABC - Agricultura de Baixo Carbono", por Leila Harfuch, Sócia-gerente da Agroicone;
  • Apresentação 3 - "Desafios do Setor Bancário", por Camila Yamahaki, Pesquisadora Sênior do Programa de Finanças Sustentáveis do Centro de Estudos em Sustentabilidade, da Fundação Getúlio Vargas;
  • Apresentação 4  - "Crédito Rural no Brasil", por Francisco Erismá, Coordenador-Geral de Crédito Rural e Normas, da Secretaria de Política Econômica, do Ministério da Economia.

 

Palestra com a Dra. Sandra Cureau, Subprocuradora-Geral da República, do Ministério Público Federal: "Direitos e garantias no bojo do Código Florestal e da Constituição da República"
 

Painel 8 – "Quais são os impactos biofísicos da proteção florestal na agricultura?"


 

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